O Tampa Bay Rays é uma das franquias mais competitivas da MLB. Nos últimos 17 anos, foi duas vezes à World Series e nove vezes aos playoffs, e em apenas duas dessas temporadas venceu menos de 80 jogos. Ainda assim, campanha após campanha está entre as piores médias de público da liga. Para muitos, a Flórida simplesmente não gosta de beisebol ou de ir a estádios (franquias de outras modalidades também sofrem com bilheteria). Até o Savannah Bananas aparecer na cidade.
No último 15 de março, os Bananas lotaram os 65 mil lugares de um estádio da NFL, o Raymond James do Tampa Bay Buccaneers, para ver duas horas de beisebol. Ou melhor, de bananabol.
O Savannah Bananas é um dos maiores fenômenos do marketing esportivo nos Estados Unidos. Um time de uma liga de verão para universitários ou, em menos de dez anos, a excursionar pelo país lotando estádios de MLB, NFL e até de futebol americano universitário. Neste sábado, dia 26, os Bananas farão uma partida no Memorial, o estádio de futebol americano da universidade de Clemson. Os 81 mil ingressos foram vendidos há semanas.
A história começa com Jesse Cole. O empresário tinha experiência como diretor do Gastonia Grizzlies, da Coastal Plain League (liga de verão voltada a ajudar jogadores universitários a se desenvolverem durante as férias escolares), e viajou de férias para Savannah, cidade histórica no litoral da Geórgia. Lá, conheceu o Grayson, estádio de ligas menores que estava sem nenhum clube naquele momento. Ele decidiu, ao lado da sua mulher Emily, criar um time na cidade. Era 2016 e assim surgiu o Savannah Bananas.
O nome incomum foi selecionado em um concurso na cidade, mas tinha sua razão de ser. Cole queria que a nova franquia fosse diferente, única, tivesse uma marca que se destacasse. Por isso, não queria animais ou fenômeno da natureza. Além disso, “banana” em inglês não é apenas a fruta, mas também uma gíria para “maluco”.
A ideia de Cole era transformar os jogos em eventos de entretenimento. Os ingressos tinham preços populares e com comidas básicas (cachorro quente, refrigerante, água) incluída, o estacionamento em torno do estádio é gratuito e as atividades e promoções durante as partidas não são direcionadas ou priorizam quem está nos setores mais caros. A cidade acabou abraçando a equipe.
Após alguns anos com sucesso fora – estádios cheios quase todas as partidas – e dentro – três títulos – de campo, os Bananas foram além da temporada universitária de verão. Além do time da Coastal Plain League, o Savannah criou um time para realizar jogos de exibição. Mas, para isso, havia um atrativo extra, o bananabol.
O casal Cole criou uma versão própria do beisebol, com regras para tornar o jogo mais dinâmico, curto, ofensivo e divertido aos torcedores (a lista de mudanças está aqui). Entre uma coisa e outra, ainda há brincadeiras como jogadas acrobáticas, danças e até rebatedor com pernas de pau. Claro que ficou caricato, mas funcionou. As partidas de bananabol cresceram tanto que os Bananas acabaram fechando a equipe da Coastal Plain League em 2023 para se dedicar apenas aos jogos de exibição.
Muitos comparam o Savannah com o Harlem Globetrotters, que fizeram fama excursionando pelo mundo com uma mistura de basquete e entretenimento. O ponto de partida dos dois é realmente parecido, mas os jogos dos Bananas não são ensaiados como o dos Globetrotters. Os times realmente tentam ganhar, dentro dos parâmetros de fazer acrobacias.
A fama do Savannah Bananas se espalhou. Cidades por todos os EUA querem receber o time, Jesse e Emily Cole são convidados para dar palestras sobre empreendedorismo e marketing esportivo, franquias profissionais entram em contato com os Bananas para pegar ideias sobre como se relacionar com os torcedores e, claro, os estádios seguem lotados. O time ainda faz partidas em estádios de ligas menores e no pequeno Grayson (5 mil lugares), mas já se aventura por arenas de beisebol e futebol americano profissionais. Inclusive, lotando as arquibancadas em cidades em que a MLB tem enfrentado dificuldade com público, como Tampa, Washington e Miami.
Somando os 12 jogos realizados pelos Bananas em 2025, foram 287,8 mil ingressos vendidos, uma média de 24 mil por jogo. O número já é equivalente ao de várias franquias da MLB, mas é prejudicado pelo fato de a equipe ter feito cinco jogos no estádio Grayson, que comporta apenas 5 mil torcedores. Se contarmos apenas as partidas realizadas em outras cidades – muitas delas com estádios de ligas menores, com 15 mil lugares ou menos –, a média sobe para 37,5 mil. Seria a sexta melhor das grandes ligas, atrás apenas de Los Angeles Dodgers, San Diego Padres, Philadelphia Phillies, New York Yankees e Los Angeles Angels.
Todo o fenômeno do time da Geórgia é tão recente que não dá para ignorar que ainda vivem a fase de curiosidade ou, como se diz muito nas redes sociais, “modinha”. Em alguns anos teremos um panorama mais completo do que o Savannah Bananas e o bananabol representarão no cenário esportivo e de entretenimento nos Estados Unidos. Mas é inegável que ele traz elementos que precisam ser estudados por quem trabalha em esporte, sobretudo o beisebol. Até porque, para alguns mais empolgados, os Bananas podem salvar o beisebol por mostrá-lo como algo divertido a milhões de crianças americanas.
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta (vez ou outra atrasa para o sábado) uma nova edição
TRÊS STRIKES
1) No último dia 20, Luis Arraez teve uma forte colisão com Mauricio Dubón na primeira base. O jogador do San Diego Padres tentou um toque (bunt) para rebatida, mas o defensor do Houston Astros chegou antes na base para a eliminação. Os dois acabaram se chocando, e com a cabeça de Arraez acertando o ombro de Dubón. O venezuelano caiu no chão e perdeu momentaneamente os sentidos, assustando a todos que viam uma jogada que tinha tudo para ser trivial. O jogador dos Padres não teve uma lesão grave, mas o acidente motivou Mike Shildt, técnico da equipe, a defender mudanças nas regras para aumentar a segurança de jogadas divididas na primeira base. Por exemplo, a implementação na MLB (a regra já existe em outras competições e no softbol) da primeira base dupla. Ao invés de um quadrado, haveria dois: um ao lado do outro. Assim, o corredor tenta chegar na base que fica na parte de fora da linha, enquanto que o defensor tenta a eliminação na de dentro.
2) Max Fried, abridor do New York Yankees, chega à sexta entrada com um no-hitter contra o Tampa Bay Rays. Com um eliminado, Chandler Simpson consegue um contato fraco em direção à primeira base. Paul Goldschmidt tenta acelerar a defesa – Simpson é o corredor mais rápido da MLB – e não pega a bola. É creditado um erro, e o no-hitter segue intacto. Fried não cede nenhuma rebatida no resto da sexta e na sétima entradas, mas o no-hitter caiu antes de começar a oitava. Como? O anotador oficial da partida revisou sua marcação, e, como Simpson é rápido, ele considerou que o jogador dos Rays chegaria na primeira base a salvo mesmo que Goldschmidt pegasse a bola. É comum marcações serem alteradas, mas é melancólico acabar com um no-hitter dessa maneira. De qualquer modo, Jake Mangum conseguiu uma rebatida incontestável em seguida e a revisão não teve impacto em nenhuma marca relevante.
3) O Museu das Ligas Negras tem plano para mudar para um espaço maior até 2027. A atual sede, meio andar em um edifício no centro de Kansas City (Missouri), não é suficiente para receber adequadamente os cerca de 70 mil visitantes anuais que recebe. O objetivo é encontrar uma área de 2,79 mil m² ainda neste ano, de modo a inaugurar a nova sede no início de 2027. O museu está na fase de captação de recursos e tem como principais embaixadores nesta causa Ryan Howard, ex-jogador do Philadelphia Phillies, e Mike Shildt, técnico do San Diego Padres.
#MLBnaESPN
Sexta, 25/abr
15h - Philadelphia Phillies x Chicago Cubs (ESPN 3 e Disney+)
Sábado, 26/abr
21h - Atlanta Braves x Arizona Diamondbacks (Disney+)
Domingo, 27/abr
20h - Philadelphia Phillies x Chicago Cubs (ESPN 3 e Disney+)
Segunda, 28/abr
19h30 - New York Yankees x Baltimore Orioles (Disney+)
Terça, 29/abr
19h30 - New York Yankees x Baltimore Orioles (ESPN 3 e Disney+)
Quarta, 30/abr
20h - Boston Red Sox x Toronto Blue Jays (Disney+)
Quinta, 1/mai
20h - Boston Red Sox x Toronto Blue Jays (ESPN 2 e Disney+)
Sexta, 2/mai
20h - Los Angeles Dodgers x Atlanta Braves (Disney+)
BEISEBOL E SOFTBOL NO DISNEY+
Sexta, 25/abr
16h - NCAA (beisebol): Mount St. Mary’s x Canisius
19h - NCAA (beisebol): Loyola Marymount x Saint Mary’s
19h - NCAA (softbol): Texas x Oklahoma
20h - NCAA (softbol): Arizona State x Texas Tech
20h - NCAA (softbol): Louisiana x Texas State
20h30 - NCAA (softbol): BYU x Baylor
21h - NCAA (beisebol): Texas A&M x Texas
21h - NCAA (softbol): Utah Valley x Seattle U
22h30 - LMB: Bravos de León x Leones de Yucatán
23h - LMB: Saraperos de Saltillo x Dorados de Chihuahua
Sábado, 26/abr
13h - NCAA (beisebol): Oklahoma x Georgia
13h - NCAA (softbol): Texas x Oklahoma
14h - NCAA (softbol): BYU x Baylor
15h - NCAA (softbol): Florida x LSU
16h - NCAA (beisebol): Arkansas x Florida
16h - NCAA (beisebol): Rice x UAB
16h - NCAA (beisebol): Mount St. Mary’s x Canisius
17h - NCAA (beisebol): Tulane x East Carolina
17h - NCAA (beisebol): Texas A&M x Texas
17h - NCAA (beisebol): Loyola Marymount x Saint Mary’s
17h - NCAA (softbol): Cal State Northridge x UC San Diego
18h - NCAA (softbol): Arizona State x Texas Tech
19h - NCAA (beisebol): Vanderbilt x Ole Miss
19h - NCAA (softbol): Saint Mary’s x Oregon State
20h - Bananabol: Savannah Bananas x Party Animals
20h - NCAA (softbol): App State x Southern Miss
21h - LMB: Rieleros de Aguascalientes x Charros de Jalisco
21h - NCAA (beisebol): Tennessee x LSU
21h30 - NCAA (softbol): Saint Mary’s x Oregon State
22h40 - LMB: Sultanes de Monterrey x Acereros de Monclova
Domingo, 27/abr
13h - NCAA (beisebol): Miami x Boston College
15h - NCAA (softbol): Texas x Oklahoma
16h - NCAA (beisebol): Tennessee x LSU
16h - NCAA (softbol): Saint Mary’s x Oregon State
17h - NCAA (beisebol): Texas A&M x Texas
17h - NCAA (beisebol): Loyola Marymount x Saint Mary’s
17h - NCAA (beisebol): UC Santa Barbara x UC San Diego
21h - LMB: Guerreros de Oaxaca x Águila de Veracruz
Segunda, 28/abr
22h30 - LMB: Saraperos de Saltillo x Sultanes de Monterrey
Terça, 29/abr
20h - NCAA (beisebol): Kennesaw State x Georgia
22h30 - LMB: Toros de Tijuana x Charros de Jalisco
22h30 - LMB: Piratas de Campeche x Leones de Yucatán
Quarta, 30/abr
22h - LMB: Águila de Veracruz x Diablos Rojos de México
22h30 - LMB: Olmecas de Tabasco x Pericos de Puebla
22h30 - LMB: Tecos de los Dos Laredos x Rieleros de Aguascalientes
Quinta, 1/mai
22h30 - LMB: Olmecas de Tabasco x Pericos de Puebla
22h30 - LMB: Tecos de los Dos Laredos x Rieleros de Aguascalientes
Sexta, 2/mai
16h - NCAA (beisebol): Quinnipiac x Mount St. Mary’s
17h - NCAA (softbol): Seattle U x UT Arlington
19h - NCAA (softbol): UCF x Kansas
20h - NCAA (softbol): Arizona x Houston
20h - NCAA (softbol): South Alabama x Troy
21h - NCAA (beisebol): Texas x Arkansas
22h - LMB: Guerreros de Oaxaca x Diablos Rojos de México
22h - LMB: Leones de Yucatán x Conspiradores de Querétaro
22h - NCAA (beisebol): UC San Diego x UC Irvine
22h - NCAA (beisebol): Saint Mary’s x Pacific
Obs: Horários de Brasília. Grades sujeitas a alteração