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Ex-Corinthians virou 'sultão' na Turquia e destruiu Liverpool na Champions e chegou à seleção 2u3x54

Deivson Rogério da Silva, mais conhecido como Bobô no mundo do futebol, é um atacante que foi revelado nas categorias de base do Corinthians e ganhou o mundo. Foi ídolo na Turquia, jogou Uefa Champions League e serviu a seleção brasileira sob o comando de Dunga.

O jogador surgiu para o futebol após ser bicampeão e artilheiro da Copa São Paulo de Futebol Júnior, quando subiu para a equipe principal no segundo semestre de 2004. Efetivado com diversos garotos do famoso terrão como Wilson, Elton, Abuda e Jô, ele recebeu chances com o técnico Tite, na campanha recuperação do Brasileiro.

No ano seguinte, porém, o atacante perdeu espaço com a chegada da MSI. A empresa comandada pelo iraniano Kia resolveu montar uma versão dos galácticos no Parque São Jorge e trouxe nomes de peso.

“Eu lembro que foi difícil porque em chegaram grandes contratações como Mascherano, Tévez, Roger, Carlos Alberto, Nilmar, entre outros. O Corinthians formou um time muito forte e foi difícil porque tivemos poucas chances de jogar. Lógico, que eles tinham que colocar esses nomes por causa do grande investimento feito para poder ter retorno”, contou, ao ESPN.com.br.

Apesar disso, Bobô esteve no elenco que faturou o Brasileiro de 2005.

“Jogar com eles foi um aprendizado muito bom e deu uma base para a gente também para os próximos anos. Fiz dupla de ataque com o Tévez em alguns jogos daquele Campeonato Brasileiro e do Paulista também. Ele era muito quieto e na dele, o Mascherano também. Eu estava sempre tentando absorver alguma coisa com os mais experientes porque era molecão. Foi um ano bem legal para mim. O título brasileiro foi o melhor momento que eu vivi no Corinthians. A gente tinha um grupo muito bom naquele ano e consegui ajudar com alguns gols”, relatou.

Logo após o título, o atacante foi emprestado por seis meses ao Besiktas. Mesmo com apenas 20 anos, fez sucesso rapidamente e acabou sendo contratado em definitivo pela equipe turca.

“No começo é difícil porque a língua era totalmente diferente, um país que neva bastante. Cheguei em janeiro e estava muito frio. Vivi muitas situações legais lá, meu filho e minha filha nasceram na Turquia. Joguei Champions League e Europa League. Venci seis títulos, incluindo alguns campeonatos turcos. Foi uma agem muito boa. Tenho várias memórias de gols importantes em finais e clássicos de Istambul contra o Fenerbahçe”, recordou.

Além disso, Bobô chamou atenção de vários clubes importantes da Europa ao marcar o gol da vitória do Besiktas por 2 a 1 sobre o Liverpool, em Istambul, em jogo válido pela fase de grupos da Champions League na temporada 2007/08.

“Depois daquele jogo, alguns clubes importantes da Europa procuraram o Besiktas, mas o presidente não quis me vender na época. Eu acabei ficando mais tempo no clube, mas acho que que foi também uma coisa boa porque fiz de história. Não me arrependo de nada”, garantiu.

Em cinco temporadas e meia, no Besiktas, Bobô faturou seis títulos: Campeonato Turco, Taça da Turquia (quatro vezes) e Supertaça da Turquia. Além disso, ele virou um grande ídolo da torcida e o maior artilheiro estrangeiro da história do clube turco, com 97 gols em 220 jogos.

“Até hoje o pessoal da torcida me manda mensagem nas redes sociais, é um carinho muito bom. É legal ter um reconhecimento mesmo depois de vários anos ainda lembram de tudo o que você fez por lá”.

Tanto sucesso na Turquia fez o jogador ser chamado por Dunga para a seleção brasileira em um amistoso contra o Irlanda, em Dublin, em 2008.

“Eu fui eleito melhor jogador do campeonato e artilheiro. A gente chegou até viajar juntos, já que ele estava na Turquia observando a final do Campeonato Turco. Foi uma experiência muito boa na minha carreira. Chegar à seleção é algo muito grande e especial na vida de qualquer jogador de futebol”, relatou.

Da Paraíba para o mundo 106j5m

Nascido em Gravatá, Deivson ganhou o apelido de Bobô ainda criança porque seu padrastro era um torcedor fanático do Bahia. Após começar no CSP-PB, ele foi jogar um torneio de base em Votorantim, cidade no interior de São Paulo.

"Esse torneio tinha todos os grandes do Estado. O nosso time foi bem e chegamos à semifinal acabei sendo um dos artilheiros. Depois disso, fui para a base do Corinthians, aos 15 anos", relatou.

"O começo na base do Corinthians foi difícil, como sempre é para um menino que está chegando no clube grande. Fui subindo de categorias e ganhamos vários torneios. Fui artilheiro da Copinha duas vezes e campeão", recordou.

Efetivado em 2004 aos profissionais, Bobô ficou até o fim do ano seguinte no Parque São Jorge. Depois, ou cinco anos e meio na Turquia, antes de retornar ao Brasil para jogar pelo Cruzeiro. Ainda rodou por Kayserispor-TUR e Grêmio antes de ir para o Sydney FC, da Austrália, em 2016.

"Quando recebi a proposta, eu não sabia nada que sabia que existia futebol na Austrália. Só que um amigo que tinha jogado comigo estava jogando na Austrália. Ele me falou muito bem de lá e acabei aceitando. Nunca imaginei jogar ou morar lá, mas foi muito bom para minha família", relatou.

"A adaptação foi um pouco difícil quando cheguei. Acabei me surpreendendo com o nível do futebol, achei muito bom. Eles se inspiram muito na Inglaterra, é um campeonato de muita força e de toques rápidos. Lógico que não tem a técnica do brasileiro, mas eles correm muito. A maior dificuldade que eu tive foi de acompanhar esse ritmo rápido. Depois que me acostumei deu tudo certo", relatou.

No meio deste ano, o atacante decidiu sair da Austrália e voltar à Turquia para defender o Alanyaspor. O último clube do jogador foi o Hyderabad FC, da Índia, na temporada 2019/20.