<
>

Pagliuca tinha pavor de avião e ameaçou abandonar treino porque atacantes estavam chutando forte 62p2m

Todo brasileiro que gosta de futebol sabe quem foi Gianluca Pagliuca.

Afinal, era ele o goleiro da seleção italiana na icônica final da Copa do Mundo de 1994, que terminou com vitória brasileira nos pênaltis.

No entanto, Pagliuca foi muito mais do que um vice-campeão mundial pela Azzurra.

Durante a carreira, o arqueiro teve grandes agens por Sampdoria e Inter de Milão, conquistando títulos e tornando-se ídolo dos dois clubes, além de ter jogado em alto nível pelo Bologna, antes de se aposentar no Ascoli, em 2006/07.

E, apesar de ter sofrido um grande trauma contra o Brasil, o ex-goleiro nunca escondeu seu apreço pelo futebol verde e amarelo e pelos atletas brazucas.

Durante as cinco temporadas em que defendeu a Inter, aliás, um de seus melhores amigos era brasileiro: o volante Zé Elias.

"Ele é muito gente boa! Temos amizade até hoje. Inclusive, nós dois saímos da Inter de Milão para o Bologna, e atuamos juntos por três anos", lembrou.

Segundo hoje comentarista da ESPN Brasil, Pagliuca era uma pessoa divertida, com alguns arroubos de loucura e um temperamento um tanto estourado.

Para ilustrar um pouco da personalidade do amigo, Zé Elias lembrou uma divertida história ocorrida durante um treino na temporada 1997/98 dos nerazzurri.

"Todo goleiro é louco, e o Pagliuca não era diferente (risos). Sempre foi muito estourado", brincou.

"Uma vez, a gente estava treinando finalização. Os jogadores chegavam na cara dele e, na hora de chutar, não aliviavam, metiam o pé. Era só bomba! Depois de um tempo, ele ficou p*** da vida, saiu do gol, começou a reclamar e falou que ia embora (risos)", gargalhou.

A situação teve que ser contornada com pulso firme pelo técnico Luigi "Gigi" Simoni, que era muito querido pelos atletas.

"O 'Gigi' Simoni chamou o Pagliuca e falou: 'Se você sair do treino, não volta mais! Comigo é assim'. O Pagliuca pensou, respirou e... Dei meia volta e foi para o gol outra vez", relatou.

Além das maluquices de sempre, o arqueiro também era famoso por ter total pavor de viajar de avião.

Uma turbulência ocorrida durante viagem da Inter, aliás, deixou Pagliuca tão transtornado que ele sequer quer voltar por via aérea.

"Fora de campo, ele era muito engraçado. Todos sabiam que ele tinha medo de avião, então era uma brincadeira só", recordou Zé Elias.

"O Pagliuca sempre pedia para sentar na primeira poltrona. Uma vez, estávamos viajando para Florença e pegamos uma baita turbulência. Ele entrou em pânico, começou a dar socos nas paredes e gritar: 'Quem foi o filho da p*** que me colocou nesse avião?' (risos), divertiu-se.

"A gente não sabia se ria dele ou ficava assustado com a turbulência. Mas o susto foi tão grande que, na volta, ele e mais uns 10 caras preferiram voltar para Milão de van, de tanto medo que ficaram (risos)", contou.

Na carreira, Pagliuca defendeu a Sampdoria entre 1986 e 1994, ganhando um Campeonato Italiano, três Copas da Itália, uma Supercopa da Itália e uma Copa dos Campeões de Copas da Uefa.

Em 1994, ele foi comprado pela Inter de Milão por incríveis 7,5 milhões de libras (R$ 51,30 milhões, na cotação atual), o que o fez, à época, o goleiro mais caro do mundo.

Pelos nerazzurri, jogou até 1998/99, ganhando a Copa da Uefa em 1997/98 ao lado de Ronaldo "Fenômeno, Zé Elias e cia., e depois transferiu-se para o Bologna, que defendeu por sete temporadas antes de se aposentar no Ascoli.

Já pela seleção italiana, o icônico arqueiro disputou três Copas do Mundo, sendo titular em 1994 e 1998, e ainda defendeu a Azzurra nas Olimpíadas de 1996.