Giba e Bernardinho fizeram uma parceria de sucesso em uma das épocas mais vitoriosas da seleção brasileira de vôlei. Mas nem tudo foram flores na relação entre os dois.
Sob o comando de Bernardinho e com Giba como um dos protagonistas, o Brasil foi ouro nas Olimpíadas de Atenas 2004 e tricampeão mundial (2002, 2006 e 2010), além de ter sido prata em Pequim 2008 e Londres 2012.
Hoje com 48 anos e aposentado das quadras desde 2012, Giba comentou a sua relação com Bernardinho durante o quadro Abre Aspas, do ge. O ex-ponteiro destacou a importância do treinador durante os três meses que ficou suspenso por ter sido flagrado no exame antidoping por uso de maconha em 2003.
"ei a fazer todos os exames antidoping pelos próximos dois ou três anos. Ali me mostrou as pessoas que estavam perto de mim, que me ajudaram. O Bernardo foi uma delas, foi um escudo, um leão que ficou ao meu lado. Tenho muito a agradecer a ele e a todos os jogadores da seleção, do meu clube na Itália", lembrou Giba.
"Eu chamo o Bernardo de patrão. Como técnico, ele foi meu melhor psicólogo. Ele sabia tirar o melhor da gente quando era necessário. Ele conhecia cada um. Isso fez uma diferença muito grande, além de escolher a melhor comissão técnica que eu já vi em qualquer clube ou seleção do mundo. Ele soube montar essa equipe. O Bernardo sempre foi um cara muito atencioso, apesar de cobrar muito. Foi muito atencioso e cuidadoso com os seus", elogiou.
Mas nem tudo foram flores na relação entre os dois. Em 2006, Giba se irritou com as cobranças feitas pelo treinador durante um jogo contra a Bulgária e só não agrediu Bernardinho porque foi seguro pelo ex-líbero Serginho.
"Ele falava direto que sabia de quem cobrar porque sabia como as pessoas reagiriam. E ele sabia que eu ia para cima. Ele falava com o André Nascimento, que olhava e dizia: "Está bom". Se dessem duas tartarugas para o André, uma fugia e a outra engravidava. O Gustavo e o Ricardo eram quem nem eu. Ele sabia. Em 2006, especificamente, eu estava muito bem, e ele queria me cobrar de qualquer jeito. Não queria que eu parasse de ter a gana que eu tinha. No jogo contra a Bulgária, em 2006, só tinha Giba", comentou.
"O André Nascimento errava o saque, e ele: "Giba!". Eu falei: "Esse cara está me irritando, bicho". Chamei o Ricardinho e falei: "Vou dar uma porrada nele. Se ele falar meu nome de novo, vou dar uma porrada nele". Eu acho que o Serginho errou um e, e ele "Giba, te falei!". Eu armei. O Serginho me segurou, o Ricardinho foi para cima do Bernardo e falou: "Para, velho, está chato. A gente erra e você fala o nome dele. Deixa o cara, está jogando bem". Foi a única vez, mas coisa quente do jogo", continuou.
"Bernardo dava o máximo de espaço para gente fora de quadra. Ele falava: "Eu já cobro tanto de vocês dentro de quadra, que se vocês ficarem me vendo fora de quadra, vão me bater". Como toda relação longa, existe os seus desgastes, mas eu coloco minha relação com ele como muito mais do que positiva", completou Giba.