Naquele 4 de julho, quando as primeiras jogadoras chegaram à Granja Comary, tudo parecia distante. Agora, 22 dias depois, a Seleção Brasileira feminina de futebol finalmente está pronta para estrear nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Nesta quinta-feira, às 19h da França (14h de Brasília), as comandadas de Arthur Elias enfrentam a Nigéria pela primeira rodada do grupo C no estádio Matmut Atlantique. A complicada chave ainda tem Japão e Espanha.
Durante os períodos de treinamentos em Teresópolis e Bordeaux, o técnico buscou implementar um modelo de jogo ofensivo, impositivo e intenso. E Arthur Elias acredita que as 18 jogadoras conseguiram absorver todas as informações.
"As atletas têm muita consciência do plano de jogo, executaram muito bem durante todo esse tempo, desde a forma como jogar, o modelo de jogo até a estratégia para cada adversária, elas estão muito conscientes sobre isso. Temos um grupo muito forte, e eu estou ando muito confiança para que elas entrem em campo se impondo desde o primeiro minuto", disse o treinador à ESPN.
Rival nesta estreia, a Nigéria volta a disputar os Jogos Olímpicos após 16 anos, mas tem feito bom papel na Copa do Mundo, chegando às oitavas nas últimas duas edições. O plano de jogo contra as nigerianas já está na "ponta da língua" das atletas.
"Ele mostrou muitos vídeos, já sabemos muito bem o modelo de jogo delas. É uma equipe muito rápida e forte, nós temos nossos pontos de atenção, mas claro que o principal é fazer o nosso jogo. Arthur já mostrou isso desde quando chegou à Seleção que independentemente da adversária vamos propor nosso jogo. Temos que fazer o nosso bem feito para sair com as vitórias", falou à ESPN a meia Duda Sampaio.
A atacante Ana Vitória seguiu no mesmo discurso em conversa com a reportagem: "Temos muito clara qual será a nossa estratégia de jogo, sabemos das virtudes, dos pontos fortes e para explorar delas, vamos trabalhar em cima disso".
"A gente sabe que o grupo é muito equilibrado, eu entendo que a Nigéria vai fazer um jogo muito competitivo não só contra nós, mas também contra Japão e Espanha", crê Arthur Elias.
"A Nigéria tem uma característica de atletas velozes e fortes, um time que joga bastante nas transições, também com jogo aéreo forte, atletas experientes que vivem bons momentos nos seus clubes, a maioria na Europa".
"Sabemos que será um jogo difícil, investimos muito em não só anular os pontos fortes da Nigéria, mas também em sobressair com nossos pontos fortes, de conseguir ter uma organização ofensiva efetiva, de encontrar os espaços que a Nigéria tem um pouco mais de fragilidade, conseguir ter mais controle e consistência durante o jogo, isso tudo foi trabalhado", contou o treinador.
A Seleção Brasileira tenta voltar aos momentos de glória da primeira década deste século, quando foi vice-campeã mundial (2007) e duas vezes medalha de prata (2004 e 2008) nas Olimpíadas.
Com Marta como remanescente de toda essa época áurea, o Brasil tenta retomar o protagonismo que um dia teve no futebol feminino. Com as ideias de Arthur Elias, a volta de um "jogo bonito" pode se transformar em um inédito ouro olímpico.
Tudo começará a ser revelado nesta quinta-feira.