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À beira da falência, clube que disputou Série A em 2015 revela dívida até com terreiro de mãe de santo 6g5p34

Troféu do Campeonato Brasileiro Lucas Figueiredo/CBF

Depois de protocolar um pedido de recuperação judicial em maio de 2022, a gestão atual do ville divulgou uma nota oficial detalhando como está a dívida do clube.

Dentre os credores do clube catarinense estão até mesmo a proprietária de um terreiro, cuja dívida é de R$ 800 mil. O clube publicou inicialmente falando que a nota seria com o local, mas, nesta quinta-feira (16), afirmou que o débito é com a proprietária do espaço.

Em relação à nota oficial divulgada anteriormente, pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos de alguma maneira, se ultraamos algum limite moral ou ético. Não era a nossa intenção. Optamos por ser duros em alguns pontos e polêmico em outros, para alertar sobre os riscos que corremos.

Erramos sim, ao dar ênfase na questão religiosa. Esclarecemos que nossa dívida é com a empresária proprietária do terreiro e também de outras empresas, um empréstimo de dinheiro, não tendo relação com qualquer tipo de serviço executado a mando do clube, como acabou sendo interpretado.

A nota cita a 'irresponsabilidade' das gestões adas, que deixaram o clube devendo até R$ 20 milhões. O clube ainda informa um endividamento de R$ 40 milhões da soma de trabalhadores anônimos e até jogadores sem um jogo completo pelo clube.

Sem divisão em 2022, o ville chegou a disputar a elite do Brasileirão em 2015, mas acabou rebaixado à Série B no mesmo ano.

Veja a nota oficial na íntegra 732k5t

Infelizmente, nosso casamento com o ado do JEC não é apenas pelas glórias de títulos levantados pelos nossos ídolos, como Nardela, Marcão, Marcelo Costa, Lima, Fontan e tantos outros. É, também, e especialmente agora, pela irresponsabilidade de dirigentes que insistiram em um modelo de condução das suas gestões de forma totalmente descompromissada.

Um descompromisso que se evidenciou pelo completo abandono ao clube. Dirigentes que deixaram 5, 10, 20 milhões em dívidas em suas respectivas gestões e agora assistem um clube definhar, como se não tivessem nada a ver com o assunto ou, até se vitimizando por aquilo que eles mesmos fizeram.

Muitos daqueles que vimos brilhar no campo da Arena ville e honraram o nosso manto tricolor agora podem ser os grandes vilões do clube e levá-lo à falência. Graças à incompetência e ao desprezo ao clube destes ex-dirigentes. Nosso endividamento de mais de 40 milhões é a soma de trabalhadores anônimos, que deveriam ter recebido menos de 200 reais pela participação em um desfile de apresentação de novos uniformes, até jogadores que não atuaram sequer 60 minutos pelo clube e tem mais de 300 mil reais em créditos. Sem contar um terreiro de mãe de santo, que tem mais de 800 mil reais a embolsar.

Esta gestão tem se dedicado enormemente à reestruturação do clube. Reestruturação não. Estruturação. Dentro de um clube que nunca teve gestão efetivamente. E as pontas abertas são inúmeras. A mais delicada delas é, sem dúvida alguma, a “tal” da Recuperação Judicial. A mesma que foi tratada como “mágica” para todos os problemas pela antiga diretoria se mostra, como era de se esperar, algo extremamente arriscado para o clube.

Como não há solução fácil para problemas complexos, o clube se depara com a Assembleia de Credores da Recuperação Judicial, que será realizada nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, às 15 horas. Mesmo não tendo nada a ver com este ado nefasto e mesmo criticando e apontando as falhas de gestão das antigas diretorias, assumimos o problema como se fosse nosso!

Buscamos, incessantemente, um diálogo com credores para que o plano seja aprovado dentro da capacidade de pagamento do clube. Também buscamos entender o lado de quem tem dinheiro a receber do clube, que são pessoas iguais a todos nós. De carne e osso. Que possuem família, filhos, tem sonhos e buscam o melhor para si!

Seguimos lutando para construir um JEC de verdade. De alma, raça, trabalho e coração, como é a característica do povo vilense. Nossos esforços como diretoria seguem os mesmos e nossa seriedade para encontrar as soluções corretas e justas permanecem!

Esta Nota Oficial serve, portanto, para registrar, mais uma vez, que o nosso desafio não está mais só nas quatro linhas do jogo e nos 90 minutos da próxima partida e do resgate da confiança de patrocinadores, torcedores, sócios e opinião pública em geral. O nosso amado JEC está nas mãos de ex-funcionários, ex-treinadores, ex-jogadores e até de mãe de santo.

Nossa torcida e foco, primeiro, deve ser para o dia de hoje. Que tenhamos o aceno para a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, no tempo adequado e dentro das possibilidades do clube. Nossa belíssima história não pode ficar nos papéis já amarelados dos jornais do Arquivo Histórico. Ela vai e deve ser construída de uma forma completamente diferente na parte invisível da gestão, com gente séria, competente e profissional, para que a parte visível, que veste o manto e entra em campo, siga brilhando e levando o clube para o lugar que ele nunca deveria ter saído!