Nem mesmo o mar de Portofino, em um cenário que muitas vezes inspirou a sétima arte e até fez parte dela, são suficientes para apaziguar a amargura e a raiva de Cristiano Ronaldo na Itália. Ao menos assim descreve “La Gazzetta dello Sport” desta quarta-feira (5), em um relato sobre a reação do craque português com o final do Campeonato Italiano no último fim de semana.
A publicação diz que além da conquista do Scudetto (o segundo dele em duas temporadas pela Juventus) o jogador mirava a artilharia, a Chuteira de Ouro na Europa e o MVP. Mas esses ele não conseguiu.
Ronaldo sabia que a artilharia firmaria seu nome como o único campeão e artilheiro em três ligas top da Europa. Ele conseguiu isso pelo Real Madrid na Espanha e pelo Manchester United na Inglaterra. Na Itália, falta ser o goleador máximo.
Em 2018/19, ele foi superado por Fabio Quagliarella, da Sampdoria, dono de 26 gols, tendo o português marcado 21 (o quarto na lista de goleadores). Na atual, chegou a fazer 31 e estava numa disputa particular com Immobile, da Lazio, rodada a rodada, mas o italiano se deu melhor. No fim, igualou o recorde da competição, empatando com Higuaín, então no Napoli, em 2015/16.
Ronaldo nem teve a chance de lutar pela façanha na última rodada, contra a Lazio, pois, mesmo quatro gols atrás, foi poupado pelo técnico Maurizio Sarri sem ter sido consultado se estava precisando, o que, segundo a publicação, o irritou ainda mais.
Obter a artilharia na Série A significaria ter também a Chuteira de Ouro, como maior artilheiro da Europa, afinal o único adversário era Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, com 34 tentos. Immobile levou a premiação para casa com méritos.
Ronaldo não recebeu nem mesmo o MVP (prêmio de melhor jogador da temporada), algo que ocorreu em 2018/19. Dessa vez, o eleito foi o argentino Paul Dybala, seu companheiro na Juventus.
O jornal diz que tudo isso tem um aspecto positivo. Significa combustível para tornar o português ainda mais competitivo e com fome de feitos e taças. E agora a Juventus tem pela frente a Champions League.
Na próxima sexta (7), enfrentará o Lyon, em Turim, por uma vaga nas quartas de final, após ter perdido na França por 1 a 0.
O Lyon traz lembranças amargas para Ronaldo. Em 2009/10, quando ele chegou para a primeira temporada na Espanha, o time francês eliminou o Real nas oitavas, tendo vencido o primeiro jogo por 1 a 0 (como agora) e empatado o outro por 1 a 1.
Agora, além da vingança pessoal, há a chance de dar o tão desejado título para a Juventus. Das quartas até a final serão apenas jogos únicos, todos em Portugal, encurtando o caminho para o pódio.