Mal havia terminado a partida contra o Ituano no último domingo e já havia uma orientação dentro do São Paulo para que os garotos da base fossem preservados. Na linguagem jornalística, nada de entrevistas exclusivas.
Antony, Liziero, Luan e Igor Gomes se destacaram na vitória por 2 a 1, no Morumbi, o que assegurou ao time a vantagem de empatar nesta quarta-feira, em Itu, às 19h15 (de Brasília), para chegar à semifinal do Campeonato Paulista.
Após a partida, eles tiveram só alguns poucos minutos diante das câmeras ao sair do Morumbi. No dia seguinte, treino leve, bate-papo com a psicóloga do time e com Raí. O executivo está empolgado e é a favor da blindagem.
Os quatros foram revelados em Cotia, onde fica o centro de treinamento da base tricolor. Além deles, o elenco profissional conta ainda com os atacantes Brenner e Helinho, entre os jovens que vêm jogando com maior frequência.
Todos eles renovaram contrato no último ano e ganharam uma blindagem maior do que qualquer proibição de entrevista. Eles têm uma multa rescisória para o mercado internacional de 50 milhões de euros (hoje, R$ 218 milhões).
Vale explicar que a multa internacional é definida em acordo entre as partes, diferente da multa para o mercado nacional, que leva em consideração uma porcentagem do salário de cada jogador mais o tempo de contrato.
Outra proteção é o São Paulo deter 100% dos direitos econômicos de todos esses jogadores --algo incomum para alguns clubes no Brasil-- e, ao renovar os vínculos, ter estendido os contratos por dois ou mais anos de duração.
Igor Gomes, que fez apenas quatro jogos pelo profissional e viu seu nome explodir no noticiário após o jogo de domingo, renovou com o São Paulo em setembro do ano ado. O vínculo novo vai até 31 de março de 2023.
"Ele é um garoto muito tranquilo, de uma família muito boa. Inclusive, gosta sempre de dizer que está realizando seu grande sonho, que é jogar pelo São Paulo", disse Wagner Ribeiro, empresário do jogador de 19 anos.
Liziero, outro destaque daquela partida, é empresariado por Fernando Garcia. Dos que foram promovidos de Cotia no ano ado, ele é quem mais fez jogos: 47. Tem contrato até 30 de abril de 2023 e é visto dentro do São Paulo com grande potencial no mercado. Já tem aporte europeu e sofreu sondagens na última janela.
Empresário com participação em grandes vendas do futebol brasileiro, Giuliano Bertolucci tem dois atletas provenientes de Cotia e promovidos recentemente. Ambos com potencial de venda. São o volante Luan, 19, e o atacante Helinho, 18.
O primeiro tem contrato até 31 de dezembro de 2022. Já outro, até 30 de abril de 2023.
Quem representa o atacante Antony, campeão da Copinha neste ano e com 13 jogos pelo profissional tricolor, é Júnior Pedroso, o mesmo de Gabigol. O contrato do são-paulino com o clube vai até 30 de setembro de 2023.
Tiago Guadagno o empresário do atacante Brenner, 19, que voltou a ganhar espaço neste ano após ar o segundo semestre do ano ado esquecido pela comissão técnica. O garoto também é visto pelo São Paulo com potencial forte no mercado pelas boas participações nas seleções de base do Brasil. Tem vínculo até 31 de dezembro de 2020.
Vale lembrar que a medida que hoje protege e também assegura ao São Paulo lucro no caso de venda foi tomada ano ado a partir da constatação de que o clube vinha cometendo erros ao promover os garotos da base.
Até então, os selecionados para chegar ao futebol profissional não tinham os contratos revisados no momento da promoção e conformem ganhavam destaque a diretoria encontrava dificuldades para renovar.
Dois exemplos são utilizados. O do meia Marquinhos Cipriano, que fez apenas um jogo pelo profissional e recusou seguidas propostas de renovação, e saiu para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Rendeu R$ 4,5 milhões.
O outro caso foi Éder Militão. Lateral direito titular e destaque da equipe no ano ado, ele foi vendido ao Porto, de Portugal, em julho. O clube tricolor até conseguiu um valor expressivo (R$ 18 milhões), além de assegurar mais 10% numa venda futura (receberá R$ 25 milhões no segundo semestre).
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