A história de ex-Arsenal que quase teve que se aposentar e hoje pode colocar clube do coração de volta à elite espanhola e o que assistir pela ESPN no Star+ 4h1w2h

Apesar do foco do futebol europeu já estar na disputa da Eurocopa, com as principais seleções do continente disputando o título, ainda existem ligas nacionais em disputa. Uma delas é a 2ª divisão do Campeonato Espanhol, que define neste domingo (23), com transmissão pela ESPN no Star+, o último time que consegue o o à LALIGA, com o confronto entre Espanyol e Oviedo.

No time visitante, que venceu o jogo de ida por 1 a 0 e precisa de apenas um empate para se garantir na elite, chama atenção a presença de Santi Cazorla. O meia, de 39 anos e que marcou história, sendo bicampeão da Euro pela Espanha, além de disputar a Copa do Mundo e ter jogado em clubes como Villarreal e Arsenal, está, desde o início da atual temporada, no Oviedo.

Sua contratação foi tratada, quase um ano atrás, como uma volta para casa para o meia, que nasceu na região e iniciou a sua carreira nas categorias de base do clube, mas acabou rumando para o Villarreal por conta da grave crise que atingiu o Oviedo no início do século.

Cazorla saiu e virou um dos grandes meias espanhóis de sua geração, mas poderia ter ido ainda mais longe se não fossem as lesões. Enquanto atuava pelo Arsenal, ele sofreu a pior delas, quando machucou o tendão de Aquiles e ou por oito cirurgias na perna direita para tentar voltar aos gramados. Na recuperação, ele ainda teve infecções no osso, enxerto de pele e o risco de ter de amputar o membro.

No "auge" de seus problemas físicos, no início de 2017, Cazorla ouviu de um médico britânico uma frase chocante, mas que serviu de motivação. "Se você voltar a caminhar com seu filho no jardim de sua casa, se dê por satisfeito". Ao invés de desistir, o atleta decidiu recorrer a uma clínica na cidade de Salamanca em que trabalhava Juan Carlos Herranz, fisioterapeuta a quem conhece desde 2008, quando os dois trabalharam juntos na seleção espanhola. E que foi fundamental para a sua recuperação e para que ele voltasse a jogar depois de quase dois anos.

Na mesma época, o meia conheceu o Doutor Mikel Sánchez, que descobriu que bactérias tinham comido oito polegadas de seu tendão de Aquiles. Os antibióticos mataram as bactérias e o médico reconstruiu o tendão do atleta. E depois retornou para Herranz, onde iniciou o tratamento. "Ele entrou mancando. Dava pena. Estava em um estado em que não sabia por onde começar", recordou o fisioterapeuta ao El País. "Nosso objetivo era fazer ele voltar a jogar. Eu sabia que seria difícil, mas nunca achei isso impossível. Nesse caso, não teria concordado em tratá-lo".

A essa altura, Cazorla estava tão focado em seu tratamento, que deixou sua família em Londres, onde vivia e mudou-se para um hotel em Salamanca. Durante o tratamento, o profissional relata que por muitas vezes eles trabalhavam por longos períodos e, por vezes, eles jantavam na maca para não interromper o processo. Foi no local também que eles assistiram alguns jogos da Champions League e da Copa do Mundo.