“A maior World Series dos últimos tempos.” É difícil medir tamanho de uma World Series antes de ele acabar, pois essa medição muitas vezes depende de narrativas que são criadas durante os jogos, pelo nível técnico apresentado, por algum desempenho individual que se sobressaia ou mesmo os números de audiência. De qualquer maneira, a expectativa criada em torno do New York Yankees x Los Angeles Dodgers que decide o título de 2024 da MLB tem poucos precedentes nas últimas décadas. 3k6sw Trata-se do encontro das duas franquias mais ricas e famosas da MLB. Da maior torcida (Yankees) com uma que está na discussão de qual é a segunda maior (Dodgers e Red Sox disputam esse posto). É o duelo de dois dos maiores jogadores da atual geração (Aaron Judge e Shohei Ohtani), ambos se encaminhando para o Hall da Fama e com condições de entrarem na lista de maiores da história da modalidade. E, bem, é um Nova York x Los Angeles, um duelo até histórico e cultural em que é difícil ficar indiferente. Um duelo de franquias tão gigantes que soa estranho o fato de elas não se encontrarem na finalíssima desde 1981. Por isso esse jogo fica ainda maior. E, como foi a World Series de 2004, com os Red Sox saindo da fila após 86 anos, e a de 2016, com o Chicago Cubs terminando o jejum de 108 anos, essa também ficará marcada. Então, aproveite cada arremesso. Abaixo um guia para entender como cada time pode buscar esse título. NEW YORK YANKEES (94 vitórias - 68 derrotas) Títulos: 27 (mais recente em 2009) Ataque: O trio Juan Soto, Aaron Judge e Giancarlo Stanton é a grande arma ofensiva dos Yankees. Os dois primeiros são capazes de rebater para contato ou para força, enquanto que o último vem em grande fase nos playoffs. É verdade que Judge (virtual MVP da Liga Americana) não está bem na pós-temporada, mas já deu sinais de recuperação ao longo da série contra o Cleveland Guardians. Além do trio, outros jogadores que estão contribuindo são Gleyber Torres, Anthony Volpe e Anthony Rizzo. O problema é que os demais nomes, como Jazz Chisholm Jr. Austin Wells, Alex Verdugo, Jon Berti e Oswaldo Cabrera estão mal e criam um buraco na sequência ofensiva dos Yankees.  Rotação: Em uma situação normal, diríamos que os Yankees estão com uma rotação mediana para os playoffs. Gerrit Cole é a única garantia, ainda que Carlos Rodón seja um bom arremessador em, em dias bons, é capaz de parar qualquer ataque. A partir daí, Clarke Schmidt é cumpridor e Luis Gil mostrou potencial, mas está em sua primeira temporada e não é justo colocar tantas expectativas. No entanto, não estamos em uma situação normal. Considerando como a rotação dos Dodgers foi dilacerada por lesões, os abridores são um fator de vantagem significativo para os nova-iorquinos. Bullpen: A temporada dos Yankees teve muitos altos e baixos do bullpen, inclusive vendo seu fechador (Clay Holmes) perder o posto em setembro. De qualquer maneira, o bullpen se estabilizou com Luke Weaver de fechador, Tommy Kahnle fazendo a oitava entrada, Holmes na sétima e Tim Hill entrando em momentos mais delicados antes disso. É uma estrutura boa, mas ao longo de sete jogos, é possível a equipe recorrer ao fundo do bullpen e aí há problemas. Mark Leiter Jr, Jake Cousins e Ian Hamilton não am confiança. O uso dos abridores Marcus Stroman e Nestor Cortes Jr como relievers pode ser decisivo. Técnico: Aaron Boone é um técnico pouco ousado. É raro orientar seus corredores a roubar base ou se colocar em situações de maior risco. Em geral, prefere seguir uma estratégia pré-determinada, inclusive no momento de substituir os arremessadores. O time compete porque muitas vezes a tática de menor risco funciona, e ele merece crédito por tomar algumas boas decisões nesses playoffs e, principalmente, reconstruir a estrutura de seu bullpen. Ainda assim, é comum Boone receber críticas por não “sentir” o jogo e tentar algo diferente e inesperado. LOS ANGELES DODGERS (98-64) Títulos: 7 (2020) Ataque: É a grande força dos Dodgers. As atenções geralmente ficam em cima do trio Shohei Ohtani, Mookie Betts e Freddie Freeman, mas até coadjuvantes como Kiké Hernández, Teoscar Hernández, Max Muncy e Tommy Edman já deram contribuições decisivas nos playoffs. O que chama a atenção dos rebatedores do Los Angeles não é apenas a capacidade de acertar a bola, mas de fazer isso nos momentos mais importantes: 27,6% de aproveitamento e 10 home runs com corredores em base, 31,1% e 8 com corredores em posição de anotar corrida.  Rotação: Se os Dodgers perderem o título, há uma boa chance de a culpa ser da falta de uma rotação melhor. O Los Angeles conta basicamente com três abridores: Jack Flaherty, Yoshinobu Yamamoto e Walker Buehler. O primeiro tem sofrido com queda de velocidade de seus arremessos na reta final da temporada e os outros dois tiveram vários problemas físicos ao longo do ano e dificilmente farão aberturas muito longas. Tudo seria mais fácil se Clayton Kershaw, Tyler Glasnow, Shohei Ohtani (como arremessador), Gavin Stone, Tony Gonsolin e Dustin May não estivessem contundidos. Bullpen: Tem sido a grata surpresa dos Dodgers nos playoffs. Michael Kopech, Anthony Banda, Daniel Hudson, Blake Treinen, Evan Phillips e até Ben Casparius têm fechado a porta dos adversários. O problema é que os Dodgers precisam recorrer demais a esses relievers, pois dois dos três abridores não vão longe nas partidas e um jogo por série tem sido exclusivo dos arremessadores de apoio. Se a World Series for longa, com seis ou sete jogos, o bullpen dos Dodgers pode dar sinal de desgaste ou fica super exposto ao ataque dos Yankees. Técnico: Como Boone, Dave Roberts também é bastante criticado pelas decisões que toma ao longo do jogo (sobretudo na gestão de bullpen) e por não transformar os grandes elencos que teve nos Dodgers em mais títulos de World Series (ganhou apenas um, em 2020). No entanto, ele tem sido mais ousado nessa pós-temporada, usando o bullpen de maneira mais criativa e não hesitando em sacar o abridor antes de o jogo sair do controle. Se o título ficar em Los Angeles, provavelmente o treinador receberá algum crédito por isso. Na temporada regular: Dodgers 2x1
Palpite: Yankees 4x2 O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta (vez ou outra atrasa para o sábado) uma nova edição TRÊS STRIKES 1) Três dias antes do jogo 1 da World Series entre Dodgers e Yankees, o time californiano foi atingido pela notícia da morte de um de seus maiores ídolos. Fernando Valenzuela, arremessador do Los Angeles na década de 1980, faleceu de razões não reveladas aos 63 anos. Ele foi estreante do ano e MVP da temporada 1981, sendo uma das estrelas da campanha que levou os Dodgers ao título da World Series daquele ano (curiosamente, a última em que a equipe californiana enfrentou os Yankees). Valenzuela foi o maior jogador da história do beisebol mexicano e foi fundamental para construir a conexão entre os Dodgers e a comunidade mexicana de Los Angeles. Depois de encerrar a carreira, foi comentarista nas transmissões em língua espanhola dos Dodgers. O time usará um selo com suas iniciais durante a World Series e em toda a temporada de 2025. 2) Quase todos os ingressos da World Series já foram vendidos. No entanto, é possível comprá-los em sites de revenda. No mercado secundário a entrada mais “barata” para Dodgers x Yankees em Los Angeles está em US$ 823 nesta sexta (até caiu, estava em US$ 1.326 na quinta). Nos jogos em Nova York, o mais “barato” está em US$ 1.102. 3) Terry Francona, técnico conhecido por comandar o Boston Red Sox a dois títulos da World Series (incluindo o de 2004, que acabou com uma fila de 86 anos da franquia), é o novo treinador do Cincinnati Reds. Francona esteve no comando do Cleveland Guardians entre 2013 e 23 e volta após um ano de descanso. É a segunda vez que ele trabalha nos Reds. Como jogador, ele defendeu o clube em 1987. PROGRAMAÇÃO #MLBnaESPN Sexta, 25/out 20h30 - New York Yankees x Los Angeles Dodgers, jogo 1 (ESPN 4 e Disney+) Sábado, 26/out 21h - New York Yankees x Los Angeles Dodgers, jogo 2 (ESPN 4 e Disney+) Segunda, 28/out 21h - Los Angeles Dodgers x New York Yankees, jogo 3 (ESPN 4 e Disney+) Terça, 29/out 21h - Los Angeles Dodgers x New York Yankees, jogo 4 (ESPN 4 e Disney+) Quarta, 30/out 21h - Los Angeles Dodgers x New York Yankees, jogo 5 (ESPN 4 e Disney+) Sexta, 1/nov 21h - New York Yankees x Los Angeles Dodgers, jogo 6 (ESPN 4 e Disney+) Sábado, 2/nov 21h - New York Yankees x Los Angeles Dodgers, jogo 7 (ESPN 4 e Disney+) Obs: Horários de Brasília. Grade sujeita a alteração
|