Foram três anos de espera, e novamente o Brasil tem a oportunidade de brigar por uma vaga no World Baseball Classic, a Copa do Mundo do beisebol. Neste domingo de Carnaval, começa a disputa das Eliminatórias do WBC, um torneio rápido de cinco dias para apontar os dois últimos participantes da edição de 2026 do principal torneio de seleções da modalidade. E há motivos para otimismo. 6r6hr
Pela profundidade do elenco e pelos resultados internacionais recentes, a Seleção é considerada a segunda força do grupo, atrás apenas da Colômbia. Ainda que o beisebol constantemente equilibre as forças, é inegável que o Brasil tem mais talento que Alemanha e China.
As Eliminatórias serão disputadas em Tucson, no estado do Arizona (EUA). As quatro equipes disputam um quadrangular, com o primeiro colocado conquistando a vaga direta ao WBC. Segundo e terceiro colocados se enfrentam em uma repescagem para definir a outra vaga. Todas as partidas serão transmitidas no Disney+ e os jogos do Brasil terão transmissão também nos canais ESPN.
Veja abaixo um resumo de como chegam as equipes para a disputa das últimas vagas do Mundial de Beisebol.
BRASIL
Destaques: Leonardo Reginatto, Tiago da Silva, Eric Pardinho, Bo Takahashi
Histórico no WBC: 1 participação (2013). Nunca ou da primeira fase
O Brasil surpreendeu o mundo do beisebol ao se classificar para o WBC de 2013 superando Panamá, Nicarágua e Colômbia. Depois disso, teve participações competitivas nas Eliminatórias, mas caiu por detalhes em 2017 e ficou a uma vitória em 2023. Dessa vez, a Seleção chega para o qualificatório como um dos favoritos à vaga.
O beisebol brasileiro ganhou corpo nos últimos anos. Apesar de, neste momento, não ter nenhum jogador no elenco principal de uma equipe da MLB, há várias promessas se desenvolvendo em ligas menores nos Estados Unidos e no Japão, além de nomes com carreira consolidada em ligas profissionais da América Latina. Isso permite ao Brasil ter um elenco cada vez mais profundo, mesmo que não possa utilizar Thyago Vieira e Daniel Missaki (disputando a pré-temporada da MLB) e André Rienzo e Paulo Orlando, estrelas da geração da prata do Pan de 2023 e agora integrantes da comissão técnica da Seleção.
A principal força do Brasil deve ser, mais uma vez, o montinho. A Seleção tem muitas opções entre rotação e bullpen, a ponto de não ser tão claro quem seriam os abridores das partidas. O experiente Tiago da Silva, que já disputou dois WBCs pela seleção italiana, deve ser o líder de um grupo que tem Eric Pardinho (no Triple-A do Toronto Blue Jays), Bo Takahashi (que vem de boas temporadas na NPB, a liga japonesa) e Oscar Nakaoshi (também com agem na NPB). Uma arma no bullpen é o canhoto Enzo Sawayama, nascido no Japão de pais brasileiros.
Onde o Brasil trabalha para ganhar mais força é no ataque. Apesar de historicamente ter um bom jogo fazendo contato e correndo bases, às vezes a Seleção sente falta de mais rebatidas de força. Leonardo Reginatto, ídolo na Venezuela e no México, é a referência por conseguir unir tanto contato como força. Victor Coutinho, grande destaque da Taça Brasil e com experiência em ligas menores nos EUA e no Japão, é a principal aposta para mandar a bola longe.
Além disso, o Brasil ainda foi buscar dois americanos filhos de grandes nomes da MLB com brasileiras: Lucas Ramírez, filho de Manny Ramírez (mito do Boston Red Sox) e Dante Bichette Jr, filho de Dante Bichette e irmão de Bo (estrela dos Blue Jays).
COLÔMBIA
Destaques: Gio Urshela, Harold Ramírez, Julio Teherán, Guillermo Moscoso
Histórico no WBC: 2 participações (2017 e 23). Nunca ou da fase de grupos
Pintou como favoritaça para a primeira posição do grupo, até que cortes na última semana deixaram o time mais vulnerável. Ainda é a equipe mais forte do grupo, mas agora soa a uma equipe vencível.
O beisebol da Colômbia é um dos que mais cresce no mundo, talvez o que mais cresce. Isso ocorreu pelo estabelecimento de uma liga profissional no país, que aumentou significativamente a produção de talentos. Isso se viu no aumento de colombianos na MLB, e muitos desses atletas estavam no time que disputaria as Eliminatórias do WBC.
José Quintana, que teve ótimo desempenho no New York Mets na temporada ada, seria o ás da rotação. Inclusive, seria o abridor na estreia, contra o Brasil. Outros nomes fortes eram Nabil Crismatt e Jorge Alfaro. No entanto, os três deixaram a seleção para participar da pré-temporada da MLB e ganhar um lugar na liga.
Ainda assim, os colombianos têm muitos jogadores com experiência nas grandes ligas e profundidade no ataque e no montinho.
ALEMANHA
Destaques: Markus Solbach, Nick, Wittgren, Christian Pedrol
Histórico no WBC: nunca disputou
Os alemães têm trabalhado para evoluir no cenário internacional, mas estão sofrendo para decolar. Apesar de contarem com uma liga doméstica e até terem sediado um dos grupos das Eliminatórias do último WBC, a Alemanha ainda não conseguiu produzir talentos suficientes para chegar ao torneio propriamente dito.
Ainda assim, é a seleção que mais ameaça o Brasil. A Alemanha conta com alguns americanos de origem alemã, incluindo o veterano Nick Wittgren (jogou na MLB entre 2016 e 23) e Jaden Agassi, filho dos ex-tenistas Andre Agassi e Steffi Graf e promessa no beisebol universitário dos EUA. Entre os jogadores nacionalizados pelos alemães está um brasileiro: o arremessador Christian Pedrol, que defendeu o Brasil nas Eliminatórias do WBC de 2023.
Entre os jogadores nascidos na Alemanha, que, justo dizer, são a maioria do elenco, o principal destaque é o abridor Markus Solbach. O arremessador teve agens nas ligas menores, chegando ao nível Triple-A em 2022.
A expectativa é que a Alemanha tenha um ataque mais produtivo que o Brasil, mas deve sofrer com a falta de profundidade do bullpen. A falta de experiência em competições fora da Europa também pode pesar contra os alemães.
CHINA
Destaques: Alan Zhang Carter
Histórico no WBC: 5 participações (2006, 09, 13, 17 e 23). Nunca ou da primeira fase
A China novamente está no caminho do Brasil no WBC, e isso traz lembranças amargas à Seleção. Em 2013, os brasileiros vinham mostrando um jogo muito mais competitivo e consistente que os chineses, mas ambos fizeram um confronto direto na última rodada do torneio. O vencedor garantiria a vaga automática para a edição de 2017 (e, com a expansão do torneio, acabaria valendo também para 23). O Brasil dominava a partida, mas Ray Chang comandou uma virada inesperada nas entradas finais.
Chang não joga mais, estará na comissão técnica da equipe nessas Eliminatórias, e acabou restando pouco na seleção chinesa. Vários sino-americanos que seriam elegíveis para o torneio decidiram não participar. Com isso, a China terá uma equipe muito jovem e formada quase que inteiramente por jogadores formados no país.
É justo dizer que essa geração dá sinais de evolução, mas ainda parece pouco competitiva no cenário internacional. O arremessador Jeremy Wu-Yelland é o único que atua em algum nível filiado à MLB, e ainda assim vem de duas temporadas muito fracas nas ligas menores. Alan Zhang Carter também ou pelas ligas menores, mas sua capacidade de conseguir strikeouts é tão grande quanto sua tendência a perder a zona de strike. No ataque, a principal ameaça é Samuel Benjamin, que atua em uma liga independente nos EUA e já teve números interessantes no bastão.
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta (vez ou outra atrasa para o sábado) uma nova edição
PROGRAMAÇÃO #MLBnaESPN #WBCnaESPN
Domingo, 2/mar
15h - China x Alemanha (Disney+)
22h - BRASIL x Colômbia (ESPN 3 e Disney+)
Segunda, 3/mar
15h - BRASIL x Alemanha (ESPN 2 e Disney+)
15h - MLB (pré-temporada): Boston Red Sox x Baltimore Orioles (Disney+)
22h - Colômbia x China (Disney+)
Terça, 4/mar
15h - BRASIL x China (ESPN 3 e Disney+)
15h - MLB (pré-temporada): New York Mets x St. Louis Cardinals (Disney+)
22h - Colômbia x Alemanha (Disney+)
Quarta, 5/mar
15h - MLB (pré-temporada): Philadelphia Phillies x Detroit Tigers (Disney+)
Quinta, 6/mar
15h - MLB (pré-temporada): Minnesota Twins x New York Yankees (ESPN 4 e Disney+)
22h - Repescagem WBC (ESPN 3 e Disney+)*
*O jogo estará na ESPN 3 se o Brasil estiver em campo
BEISEBOL E SOFTBOL NO DISNEY+
Sexta, 28/fev
14h - NCAA (beisebol): Bradley x Dayton
17h - NCAA (beisebol): North Alabama x UAB
17h - NCAA (softbol): Stony Brook x Gardner-Webb
18h30 - NCAA (softbol): Northern Kentucky x Austin Peay
20h30 - NCAA (beisebol): UCF x South Florida
21h30 - NCAA (beisebol): Prairie View A&M x Texas A&M Corpus Christi
22h - NCAA (beisebol): Western Michigan x Georgia Tech
Sábado, 1º/mar
16h - NCAA (beisebol): UCF x South Florida
16h - NCAA (beisebol): Penn State x VCU
17h - NCAA (beisebol): UL Monroe x Mississippi State
18h - NCAA (beisebol): BYU x Gonzaga
18h - NCAA (beisebol): Yale x The Citadel
23h - NCAA (beisebol): Utah x California Baptist
Domingo, 2/mar
16h - NCAA (beisebol): Niagara x Valparaiso
20h - LMS: Bravas de León x Charros de Jalisco
Terça, 4/mar
16h - NCAA (beisebol): NC State x UNC Greensboro
Quarta, 5/mar
19h - NCAA (beisebol): Tennessee Tech x Belmont
21h - NCAA (beisebol): Sam Houston x UT Arlington
Quinta, 6/mar
19h - NCAA (beisebol): Stetson x BYU
23h - LMS: Charros de Jalisco x Sultanes de Monterrey
Sexta, 7/mar
17h - NCAA (beisebol): Army x Fordham
21h - NCAA (beisebol): UNC Wilmington x Southern Miss
21h30 - NCAA (beisebol): Yale x Rice
22h - NCAA (beisebol): Texas Tech x Grand Canyon
Obs: Horários de Brasília. Grades sujeitas a alteração